Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos Currículos da Educação Infantil
Este é um tema de difícil aceitação no ambiente educacional, principalmente nas séries iniciais, por esse motivo, talvez, a formação de professores para a Educação Infantil e mesmo dos cursos de Pedagogia ou Formação de Professores a nível de Graduação, não incluam em seus currículos o assunto.
Tanto para pais como para professores e educadores, tratar de Gênero e sexualidade com as crianças causa medo, ansiedade temor e insegurança. Mas no fundo trata-se de não saber ao certo como abordar tão delicado e frágil assunto.
Por que será?
Em pleno século XXI seria de se esperar que o tema já deixasse de ser tabu e que pudesse ser discutido abertamente nas escolas e na família, mas ao contrário, cada vez mais se conversa menos sobre isso.
Os meios de comunicação e a internet facilitaram o acesso aos assuntos mais polêmicos nas rodas educacionais, familiares e sociais, mas os adultos ainda tratam a sexualidade infantil como um grande mistério e com um preconceito secular.
O assunto está proposto nos PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais, a própria Universidade propõe a construção desse saber aos educadores que se formam, mas apesar de todos estudos e avanços na fala do tema pelas mídias ainda não conseguimos tratar desse assunto no ambiente educacional ou familiar.
Ainda vivemos a época em que falar de Gênero e Sexualidade Humanos fica a cargo dos profissionais dos PSEs – Programa de Saúde na Escola, que aborda o assunto com abordagem didática e cientifica, esquecendo que as crianças ainda não alcançam a compreensão do tema de forma tão hermética.
Editoras e escritores propõe o assunto na forma de livros de leitura fácil e desenhos convidativos, mas ainda não são suficientes para serem tranquilamente abordados.
De fato, trazemos impregnados em nossa cultura a associação de pecado quando falamos de sexualidade, e a associamos diretamente ao sexo e ao impuro.
Mas esquecemos fundamentalmente que as crianças desenvolvem sua sexualidade desde a mais tenra idade.
Seja pelo manuseio de seus órgão sexuais de forma inconsciente, seja pelas perguntas que assustam pais e professores ao longo de seu crescimento, como a famosa: De onde nascem os bebês?
Não podemos negar que a sexualidade e a diversidade de gêneros está aí, na realidade da vida e do desenvolvimento infantil, e mais ainda, não podemos negar que, apesar de todo acesso livre às informações, cada vez mais as crianças se tornam pais mais cedo.
Então, o que fazer para que tratemos com mais facilidade desse tema tão complexo?
É preciso, antes de tudo, estabelecer nos currículos acadêmicos e formadores uma nova abordagem sobre Sexualidade e Gênero Humanos que atendam a curiosidade das crianças e adolescentes.
Essa abordagem e metodologia deve ser dinâmica e lúdica para que se assimile sem preconceito e de maneira natural que hoje, em nossa sociedade, não conviveremos apenas com as famílias de gênero contrário.
Mas que as crianças encontrarão em suas escolas colegas de classe com dois pais, duas mães, e que elas não podem ser tratadas de maneira diferente ou segregadas.
O amor é um apenas, e essa é a melhora maneira de entender e aceitar essas novas mudanças nos parâmetros familiares de nossa sociedade.
Se ensinarmos as nossas crianças a aceitar com respeito e amor as diversidades, talvez consigamos modificar a crescente violência do ser humano contra o ser humano.
Mas isso, de fato, não se aprende nas escolas.
Sonia Branco – Especialista em Arteterapia em Educação e Saúde pela Universidade Cândido Mendes – RJ . Fonoaudióloga pela Universidade Estácio de Sá – RJ. Arteterapêuta pelo Curso de Formação de Maria Cristina Urrutigaray – RJ. Contadora de Histórias pela Spaço – RJ.
Autora dos livros: Deuses e fadas – Arteterapia e arquétipos no dia a dia; Contos de fada – Vivências e técnicas em Arteterapia; Oficinas Expressivas – 20 atividades em arteterapia.
Site: www.soniabranco.no.comunidades.net| E-mail: sm_branco@yahoo.com.br
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