Projeto O Reino Encantado
Os personagens da literatura permitem o conhecimento de culturas diferentes
Reis, rainhas, príncipes, princesas,fadas e bruxas: estes personagens e seres mágicos permeiam a vida das crianças. Eles estão em toda parte – em desenhos,filmes, músicas, brinquedos,livros e histórias – e possuem funções importantes: enchem a mente das crianças de sonhos e de aventura, potencializam e enriquecem suas atividades lúdicas, instigam sua criatividade e curiosidade, confrontam-nos com culturas diferentes, possibilitam a construção de compreensões temporais, resgatam a memória histórica e provocam o desejo de conhecer outros povos e lugares, possibilitando a apropriação de conhecimentos históricos e sociais.
Mas como saber se um trabalho envolvendo estes personagens é realmente importante para um grupo específico de crianças?
Deixemos que as crianças nos respondam. E como fazem isso? Diz Junqueira que, por meio de suas múltiplas linguagens, as crianças vão marcando e demonstrando seus reais interesses e necessidades.
Na turma de Jardim 1B, com crianças de 4 a 5 anos, a temática mostrou-se forte e evidente em seus desenhos, jogos simbólicos, escolhas literárias, cantos e questionamentos.
Desta forma, as crianças foram deixando claro a necessidade de saberem mais sobre o tema.
A realização de um projeto de estudo com crianças do Jardim 1B da Escola Municipal de Educação Infantil Ponta Grossa, em Porto Alegre, tendo como fio condutor as ciências sociais, possibilitou o estudo de culturas diferentes e produção de símbolos, noções de tempo, costumes, raças, linguagem, lazer, música, vestuário e moradia, colocando os alunos como sujeitos da história local, nacional e universal, reconhecendo e confrontando o mundo atual por meio de situações do passado e do presente. Hickmann destaca que este tipo de estudo também oportuniza às crianças diferenciarem o seu universo, o seu mundo de vivência, deslocando-as da posição egocêntrica em que se encontram para uma situação de vivência em grupo.
Plano cooperativo
Levando em conta as considerações anteriores, construímos, de forma coletiva, um conjunto de perguntas sobre o assunto, registramos as curiosidades que tínhamos, bem como a forma de buscar as informações necessárias,com vistas a elaborar um plano de trabalho, isto é, um plano cooperativo constituído de três perguntas básicas sobre cada uma das questões – conforme segue – e a partir do que se desenvolveu todo o trabalho.
O que queremos saber?
- Como se vira rei e rainha?
- Será que todas as pessoas podem ser reis e rainhas?
- O que tem dentro dos castelos?
- Existem reis e rainhas de verdade ou só nas histórias?
- Como se constrói um castelo?
- O rei e a rainha trabalham?
O que já sabemos?
- Que existem muitas histórias de reis e rainhas.
- Eles usam coroa e capa e moram em castelo.
- Eles são muito bonitos.
Como faremos para descobrir?
- Lendo livros.
- Procurando em revistas.
- Perguntando para os pais e professoras.
- Pesquisando na internet.
- Lendo jornais.
- Assistindo a filmes de reis e rainhas.
A execução do plano foi chamada de O Reino Encantado. As informações obtidas desencadearam uma segunda etapa de trabalho em que foram realizados estudos sobre os Reis do Egito.
1ª etapa – O Reino Encantado
Realizamos diversas atividades, identificadas a seguir, que nos permitiram encontrar respostas às perguntas definidas no plano cooperativo.
1. Construção de:
a) biombos em forma de castelos – para fazer estes biombos, utilizamos rolos grandes de papelão, tecido, em que foram desenhados castelos que as crianças coloriram posteriormente e os fixamos na frente de prateleiras que já possuíamos;
b) castelo da Branca de Neve – esta história era uma das preferidas pela turma, portanto construímos o castelo utilizando uma caixa grande de papelão, rolos de papel- toalha para serem as torres que foram encaixadas dentro da caixa maior. Os personagens foram pintados pelas crianças e colocados sobre uma base de papel para que ficassem de pé, possibilitando assim que as crianças brincassem com eles;
c) castelo submarino – após a leitura da lenda brasileira sobre a sereia Iara, construímos um castelo submarino. Para construí-lo, utilizamos uma caixa de papelão; dentro dela colocamos e penduramos diversas dobraduras de peixes e criaturas marinhas. O castelo de pedra da sereia foi desenhado em uma lajota e a sereia e outros personagens foram feitos de gesso. Colocamos um pedaço de plástico transparente na frente da caixa para dar o efeito de água. Ficou parecido com um grande aquário;
d) castelo de dois andares – seguindo os nossos estudos sobre os diferentes castelos, descobrimos que eles geralmente possuem muitos andares. Tivemos a idéia de construir um de dois andares, utilizando uma caixa de papelão.
Para dividir o seu interior, no sentido horizontal, e criar o segundo andar, usamos uma base, também de papelão, fixada nas laterais e fabricamos alguns móveis com sucata.
2. Confecção de:
a) reis e rainhas de garrafa – utilizamos garrafas pet que foram recobertas com tiras de papel afixadas com cola. Para fazer a cabeça, usamos folhas de jornais amassadas encaixando-as no bico da garrafa e prendendo-as com cola quente. As crianças desenharam o rosto e colaram cabelos nas rainhas;
b) roupas e adereços de reis e rainhas – as roupas foram confeccionadas com tecido colorido. Cada criança construiu uma coroa de cartolina e uma capa de tecido. Enfeitaram as coroas com papel colorido e as capas com glitter.
3. Desenhos de:
a) castelo monstruoso – a partir da história Florisvaldo, o vampiro vegetariano, desenhamos um grande castelo em papel Kraft. Utilizando folhas de ofício, as crianças desenharam janelas e, dentro delas, monstros para morar em nosso castelo. Estas janelas foram coladas posteriormente no castelo;
b) castelos de pedra – em base de lajota, cada criança criou o seu castelo.
4. Criação de:
a) poesias – a partir da história O sapo inglês e a sapa espanhola, criamos diversos poemas para os príncipes e princesas, como os exemplos que seguem.
– Poesia Do sapo Inglês para a sapa Isadora
Eu te amo,
Eu te adoro,
Isadora.
– Poesia Da sapa Isadora para o sapo Inglês
Me leva pro teu castelo
Mas não me bate com o teu martelo
Me leva no teu cavalo
Me dá um abraço apertado.
Você é o meu príncipe encantado
O amor da minha vida
Me dá um abraço apertado
E um beijo apaixonado.
b) histórias coletivas – utilizando uma variedade de gravuras retiradas de revistas e que estivessem relacionadas com o tema em estudo (gravuras de castelos, florestas, princesas, cavalos, etc…), as crianças foram incentivadas a criarem histórias nelas inspiradas.
Estas histórias foram registradas em painéis que, posteriormente, foram ilustrados com desenhos feitos pelas crianças.
5. Releitura de obras de arte – Realizamos a releitura do quadro de Monet intitulado As casas do Parlamento,Pôr-do-sol de 1903, utilizando tinta guache, aquarela e folhas de papel em pinturas sugestivas.
6. Brincadeiras dos tempos dos reis – a partir do quadro de Pieter Brueghel, Jogos Infantis, de 1560, realizamos uma série de brincadeiras antigas dos tempos dos reis.
7. Jogos no computador – as crianças também tiveram suas primeiras experiências com jogos no computador, utilizando o CDRom As princesinhas da Editora Ciranda Cultural. No total, este CD contém 10 jogos bem acessíveis crianças que não dominam ainda a utilização do computador.
A turma ficou encantada com as possibilidades que o computador oferece, despertando também sua curiosidade sobre o funcionamento deste equipamento.
8. Estudo de fadas e bruxas – realizamos um estudo usando diversas histórias infantis, filmes e informações da internet sobre as características destes entes ou seres imaginários ou feiticeiros, construindo um paralelo entre eles, listando suas semelhanças e diferenças.
O paralelo ficou assim:
• as fadas…
1) …são muito bonitas;
2) …usam varinha;
3) …fazem coisas boas;
4) …moram em castelos bonitos;
5) …são amigas das princesas;
6) …usam roupas coloridas;
• as bruxas…
1) …umas são bonitas, outras não;
2) …usam varinha e vassoura;
3) …umas fazem coisas boas e outras bruxas não;
4) …moram em castelo escuro;
5) …às vezes, são amigas das princesas, outras não;
6) …usam roupas pretas e roxas.
2a etapa – Os Reis do Egito
Enquanto procuravam gravuras para compor o painel sobre o Reino Encantado, as crianças encontraram uma figura que chamou a atenção de todos e possibilitou o desdobramento do trabalho: uma foto das pirâmides do Egito, o que provocou o interesse em descobrir quem era o rei daquele lugar.
Desta forma, nosso projeto partiu para uma segunda etapa: Os Reis do Egito. A partir deste interesse inicial, começando essa nova etapa, realizamos as atividades que seguem.
1. Pesquisa na internet e em livros – precisávamos descobrir quem eram os reis do Egito, onde moravam, o que faziam, como se vestiam, como é o Egito, seus usos e costumes. As crianças registraram suas descobertas por meio de desenhos.
2. Confecção de:
a) painel das pirâmides – utilizando um grande pedaço de papel Kraft, as crianças desenharam as pirâmides de Gizé, registrando também os seus nomes (Quéops, Quéfren e Miquerinos), comparando seus tamanhos, quantos lados possuem, por que elas tem estes nomes, como foram construídas;
b) roupas de Faraó e Cleópatra – realizamos uma pesquisa para descobrirmos como os reis do antigo Egito se vestiam e resolvemos fazer as roupas para brincarmos.
Primeiro fizemos a coroa de faraó, utilizando uma tira de cartolina preta para colocar em volta da cabeça, enfeitada com papéis dourados recortados e picados; depois desenhamos uma cabeça de cobra naja e a colamos na frente da coroa. Depois, construímos o cajado do rei, utilizando pedaços de papelão cortados em tiras de mais ou menos 10 cm de largura e 50 cm de comprimento. Na ponta, colamos o rosto de um deus egípcio, chamado Anúbis, que parece um cachorro. Após, para completar nossa fantasia, confeccionamos o colar do rei, utilizando papel pardo e papéis laminados de diversas cores. As crianças amaram suas fantasias e as utilizavam todos os dias;
c) camelos e dromedários – após uma pesquisa na internet para sabermos mais sobre estes dois animais típicos do Egito, conhecemos seus hábitos e diferenças e confeccionamos camelos de rolinhos de papel higiênico. Para fazer o camelo, precisamos de dois rolinhos e desenhamos neles umas patas. Cortamos as patas e juntamos os dois rolinhos, fixando-os com cola. Desenhamos a cabeça de um camelo numa folha de cartolina e, com fita, colamos a cabeça no primeiro rolo. Amassamos o papel de seda da cor do camelo que estávamos fazendo e o colocamos dentro dos buracos.
Depois, pintamos todo o camelo com tinta e colocamos o rabo de cordão. Para fazer o dromedário, utilizamos papel Kraft e, coletivamente, fizemos um desenho à tinta sobre ele. Registramos também nossas descobertas sobre camelos em um texto coletivo;
d) cobras najas – após realizarmos pesquisas sobre estes animais,confeccionamos com tecido nossas cobras najas de diversos tamanhos e cores.
3. Construção de:
a) pirâmide – confeccionamos uma pirâmide de tecido para brincarmos dentro dela e a colocamos em nossa sala. Primeiro as crianças escolheram qual pirâmide queriam construir; a vencedora foi a Quéops, por ser a maior. Após, cortamos os tecidos em quatro partes em forma de triângulo (as pirâmides tem quatro lados), pintamos os tecidos, costuramos e prendemos a parte de cima da pirâmide no teto da sala, por meio de um cordão. Ela ficou esticada como uma barraca. A turma se divertiu muito na pirâmide;
b) esfinges – para fazer as guardiãs das pirâmides, utilizamos uma série de pedaços de papelão e com eles montamos nossas esfinges pela sobreposição dos pedaços de papelão. Utilizando pedaços de tecido, fizemos o turbante e pintamos com tinta nossas produções;
c) página na internet – construímos uma página sobre o nosso projeto com fotos dos trabalhos produzidos pela turma;
d) livro interativo – foi montado um livro com as produções e descobertas da turma.
4. Estudos sobre:
a) crocodilos do rio Nilo – por meio de uma pesquisa de imagens na internet, descobrimos que no rio Nilo existem muitos crocodilos. Descobrimos, também, as diferenças entre crocodilos e jacarés e construímos um crocodilo de caixa de papelão para colocarmos no nosso painel do rio Nilo;
b) nossa escrita e a egípcia –descobrimos que os egípcios antigos escreviam por meio de desenhos que contavam as suas histórias. Isso possibilitou que comparássemos nosso modo de escrever com a forma como eles escreviam. Registramos nosso estudo por meio da pintura, num painel com nossas imitações da escrita egípcia;
c) bandeiras do Egito e do Brasil – estabelecemos diferenças e semelhanças entre as duas.
5. Leituras – lemos muitas histórias legais sobre reis, rainhas, príncipes e princesas, bruxas, fadas, monstros e vampiros.
- Estas foram algumas das histórias lidas:
- Castelos, Branca de Neve, Cinderela, O que os olhos não vêem, A princesa e a ervilha,
- A princesa e o sapo, A princesa Sawana, A Bela e a Fera,
- O rei Arthur, Rapunzel, A pequena sereia, A sereia Iara, O rei que queria ser vaca, O sapo inglês e a sapa espanhola, O vampiro Florisvaldo, Bruxa Onilda vai a Paris,
- A bruxa Samanta, A bruxa apaixonada e o lobo fujão, A fada Marucha,
- Vira e mexe, A princesa que tudo sabia…menos uma coisa,
- A rainha e o vento, O mago maluco.
As falas das crianças
1. Descobrimos que a gente pode virar rei de faz-de-conta se usarmos coroa e capa. Para ser de verdade os nossos pais têm de ser reis ou rainhas, aí a gente vira príncipe e princesa (Crisley, 5 anos).
2. Os reis têm de ser pessoas boas, ajudar quem precisa, pois eles têm muito dinheiro e podem usá-lo para fazer o bem aos outros que não têm (Milena, 5 anos).
3. Existem castelos de pedra e de tijolo. Antigamente os castelos eram construídos para proteger os reis das pessoas malvadas. Depois usaram os castelos para prender quem não obedecia aos reis. Estes eram os castelos-prisão, onde os ladrões e pessoas ruins ficavam presos na torre, mais altos (João Pedro, 5 anos).
4. Dentro do castelo tem ouro e muitas coisas valiosas. Mas não é qualquer pessoa que pode entrar lá. Quem não é convidado pelo rei não pode entrar. Os guardas protegem o rei e os tesouros do castelo. Eles usam armadura, espada, escudo e lança. E o castelo possui outros tipos de proteção. Em volta dele tem o fosso, que é tipo um rio cheio de jacarés e piranhas, ninguém consegue atravessá-lo para chegar até o castelo (Thaís, 5 anos).
5. Existiram reis bons como o rei Arthur, e reis muito maus como o rei do Egito o Faraó (Leonardo, 5 anos).
6. Na internet conhecemos a princesa Daiana. Lemos na internet que ela era muito boa, fazia coisas boas para quem precisava de ajuda. Mas ela já morreu, o que é uma pena! Vimos suas fotos e de seus filhos, achamos ela e eles muito bonitos (Juliana, 5 anos).
7. Os reis viajavam antigamente nas caravelas, que eram barcos empurrados pelo vento (Pedro, 5 anos).
8. Antigamente os reis eram muito porquinhos. Faziam xixi no mar, não tomavam banho todos os dias, não se limpavam quando iam ao banheiro, por isso ficavam doentes e deixavam as outras pessoas doentes também (Leonardo, 5 anos).
Conclusão
O desenvolvimento deste projeto possibilitou o contato com culturas diferentes e uma aproximação dessas com a nossa cultura, o estabelecimento de diversas relações com os eventos cotidianos da vida das crianças. Foi muito gratificante, pois percebemos como este estudo possibilitou que este grupo desenvolvesse suas habilidades motoras, criativas e cognitivas. O trabalho foi tão significativo para elas que contagiou seus pais e familiares. Todos relataram com muita alegria como as crianças chegavam em casa cheias de novidades e davam verdadeiras aulas sobre o assunto para todas as pessoas da família.
Tratar de aspectos da história social, a partir das histórias contadas tradicionalmente às crianças, possibilitou o contato com duas formas de conhecer o mundo, pois a história e a literatura são duas formas distintas de narrar o mundo e, ao utilizá-las de maneira integrada, estamos ajudando as crianças a desenvolverem as competências de leitura, de escrita e de leitura histórica de mundo, conforme afirmam Seffner e Bicca.
Este estudo proporcionou também a nós, educadoras, o enriquecimentoe a ressignificação da nossa prática educativa e também a aprendizagem de coisas novas sobre este assunto. A escola transformou-se em uma experiência cultural na vida das crianças, um espaço de qualidade afetivo e intelectual.
Ao estabelecermos relações constantes com a vida cotidiana das crianças e o tema estudado,levando em conta o contexto socioeconômico das mesmas, criamos um espaço para que cada uma desse um sentido pessoal às informações, possibilitando, assim, que a aprendizagem fosse realmente significativa.
Referências:
· HICKMANN, Rosely I. As Ciências Sociais no Currículo Vivido: sobre o Olhar da Cultura e da Memória. In: XAVIER, Maria Luisa M.; DALLA ZEN, Maria Isabel H. O Ensino nas Séries Iniciais: das Concepções Teóricas às Metodológicas. Porto Alegre: Mediação, 1997. Cadernos de Educação Básica, v. 1.
· JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de A. Linguagens Geradoras: Seleção e Articulação de Conteúdos na Educação Infantil. Porto Alegre:Mediação,2005.
· SEFFNER, Fernando.; BICCA, Ramiro L. Um Projeto de Trabalho a partir da Relação História e Literatura. In: HICKMANN, Roseli I. Estudos Sociais: Outros Saberes e Outros Sabores. Porto Alegre: Mediação, 2002.
Relato de Experiências de:
ESTER SCHALY CARDOSO – Licenciada em Pedagogia – Educação Infantil e Séries Iniciais.
Especialista em Educação Infantil.
Professora da Escola Municipal de Educação Infantil Ponta Grossa.
Porto Alegre/RS. E-mail: ester.schaly@terra.com.br
SUELI ALVES DA SILVA – Licenciada em Pedagogia – Habilitação em Administração Escolar.
Especialista em Educação Infantil.
Professora da Escola Municipal de Educação Infantil Ponta Grossa. Porto Alegre/RS.
Ola! Estou gostando :).
Eu amo seu post obrigado.