Professor não é educador
Educar é promover, na pessoa, sentimentos e hábitos que lhe permitam adaptar-se e ser feliz no meio em que há de viver. Instruir é proporcionar conhecimentos e habilidades que permitam à pessoa ganhar seu pão e seu conforto com facilidade. Assim encontramos pessoas instruídas e mal educadas e analfabetos com esmerada educação.
Todo o ser humano precisa de educação, sem exceções. A instrução, porém, segundo o professor Armindo, não é igualmente necessária para todos.
O livro lança inúmeras questões para reflexão, como:
- Um dos mais graves problemas do nosso ensino: diretores despreparados. O que fazer pra ter diretores competentes?
- Como deve ser o relacionamento professor-aluno? Professor não é fria máquina de ensinar, ele sente alegria e tristeza, simpatias e antipatias, medo, vergonha e brio, ele tem direito de reagir legalmente a provocações e insultos.
- Professor deve descer até o aluno? Para compreender o aluno, é preciso ter independência afetiva, para poder apoiar quando tem razão e poder desapoiá-lo quando não tem.
- Neurose na Escola: Professor despreparado fazendo psicoterapia em sala de aula, assume o risco de agravar a doença, e é o que está acontecendo com a maioria dos professores feitos educadores.
- O hábito de ler. Nosso povo não lê, os alunos não lêem. A culpa é da escola? Como ensinar crianças e adolescentes a gostarem de ler.
- Redação, o que fazer pra aprender redigir com facilidade?
- O professor deve ser simpático ou autoritário?
- Tetas venenosas tem essa Dona Sociedade. Só amamenta monstros, estupradores, ladrões, bêbados. Se nasce um santo, um sábio, tem pai e mãe. Porém esses vagabundos que sá fazem dano e ocupam tribunais e polícia, esses são fruto da sociedade…..
- O que é ensino de qualidade e o que fazer para melhorar o ensino?
A equipe Projetos Pedagógicos Dinâmicos destaca pontos relevantes no livro do Prof. Armindo:
CRIATIVIDADE NA ESCOLA
“Mostremos ao aluno uma flor e podemos passar longo tempo observando nela aspectos diferentes; olhem os pormenores do ventilador, as cambiantes do pôr-do-sol, as formigas no seu carreiro, as modificações da face de um colega durante um diálogo, as diferenças de caligrafia dos colegas de turma, etc. Professor que faça exercícios destes com os alunos fomenta neles o hábito da observação, ajudando-os a melhorar a criatividade.
É triste ver que o livro da Natureza fica fechado para os estudantes e que é substituído por vários e caros livros de papel em que a criança é forçada a observar centenas de absurdos e de quimeras; a examinar mamarrachos; a comparar um sem-número de tracitos e trações – para desenvolver a criatividade…”
INSIGNIFICÂNCIAS…
“É mais barato e eficaz evitar causas de distração e de fuga ao trabalho escolar do que inventar motivações para manter os alunos atentos e interessados.
Há muitas coisas, consideradas insignificantes, que atrapalham o aproveitamento escolar.” O autor lista essas insignificâncias para auxiliar os professores em sua observação diária.
REDAÇÃO, UM TORMENTO
“Os professores queixam-se de que os alunos não sabem redigir. Para os alunos, redigir é um tormento. E o pior é que o cidadão sai da escola com horror à redação! Vemos, por aí, pessoas que suam para lançar quatro linhas num papel. Razão disso? A escola está criando todo esse problema, obrigando as crianças a escrever sobre assuntos que desconhecem. Só não fala quem não tem assunto; só não escreve quem não conhece o tema.”
Armindo Moreira é português de nascimento, Mestre em Filosofia pela Universidade de Salamanca (Espanha) lecionou em Angola e desde início dos anos 80 em Toledo (PR) no curso de Filosofia na Unioeste.