O que constitui um bom ensino?

Alunos e professores reconhecem um bom ensino quando o experimentam, mas muitas vezes têm dificuldade de colocá-lo em prática. São muitas as pesquisas sobre as diferentes abordagens de ensino.

Feldman, 1988 após inúmeros estudos e pesquisas listou as características fundamentais para um bom ensino. Nestas pesquisas estudantes e membros do corpo docente de várias instituições foram solicitados a descrever as atitudes ou práticas que consideram importantes para um bom ensino. Foi ainda solicitado aos entrevistados que caracterizassem o professor “melhor” ou “ideal “.

As sete categorias abaixo foram as mais citadas:

Sensibilidade e preocupação com nível e progresso do grupo:

  • O bom professor se comunica de forma eficaz e compreensível aos estudantes;
  • O livro didático contem graus de dificuldades adequados para os alunos;
  • O bom professor demonstra preocupação com o fato dos alunos aprenderem e utilizarem corretamente seus materiais;
  • O bom professor determina se o problema de um aluno é comum a outros;
  • O bom professor percebe quando os alunos estão entediados ou confusos.

Organização e preparação das aulas:

  • O bom professor está bem preparado para aula;
  • O bom professor organiza os conteúdos de maneira lógica;
  • A organização do curso auxilia os estudantes no desenvolvimento de conceitos básicos;
  • Novas informações são apresentadas de forma lógica e estão relacionadas às idéias já introduzidas;
  • Os alunos percebem o professor bem organizado;
  • As palestras dos bons professores são fáceis e compreensíveis.

Conhecimento do assunto:

  • O bom professor demonstra conhecimento abrangente sobre os temas que leciona;
  • O bom professor pesquisa e lê bastante sobre os temas de sua área;
  • O bom professor está sempre atualizado.

Entusiasmo (por assunto ou pelo ensino):

  • O bom professor demonstra interesse em ensinar;
  • O bom professor tem capacidade de transmitir interesse e entusiasmo pela matéria que ensina;
  • O bom professor é dinâmico e exigente.

Clareza e compreensão:

  • O bom professor explica de forma clara e tenta responder a todas as questões;
  • Os alunos seguem e compreendem as aulas dos bons professores;
  • O bom professor relaciona os conceitos de forma sistemática e auxilia os alunos para que compreendam;
  • O bom professor escolhe bons exemplos e esclarece dúvidas;
  • O bom professor resume os principais pontos;
  • O bom professor interpreta idéias abstratas e teorias de forma clara.

Disponibilidade:

  • O bom professor incentiva os alunos ao vê-los em dificuldade;
  • O bom professor está prontamente disponível para os alunos fora do horário da aula caso alguém o consulte;
  • O bom professor tem uma relação amigável e afetiva com os alunos;
  • Sessões de reforço são fornecidas para os alunos que dela necessitam;
  • O bom professor é consciente em manter os compromissos com os alunos;
  • O bom professor está disposto a dar assistência individual.

Avaliação imparcial dos alunos e qualidade nas avaliações:

  • Conceitos enfatizados em sala de aula são aqueles enfatizados também nas avaliações;
  • Bons professores exigem dos alunos interpretações e opiniões críticas acerca de temas reais;
  • As avaliações permitem que os alunos demonstrem adequadamente o que aprenderam;
  • Avaliações sintetizam os principais assuntos lecionados;
  • O bom professor diz aos alunos como eles serão avaliados no decorrer do curso;
  • As notas são baseadas em um justo equilíbrio de requisitos e conteúdos;
  • Os alunos ficam satisfeitos com a forma de avaliação;
  • Os alunos são freqüentemente questionados;
  • O bom professor anuncia a avaliação com antecedência;
  • O bom professor utiliza mais de um tipo de dispositivo de avaliação.

Estas frases são úteis para que o professor avalie sua práxis, resolvendo em tempo se pode melhorar.
Pedir aos alunos um feedback no final do ano ou do semestre é bastante útil para reflexão e aprimoramento constante.


Tradução e adaptação do texto de: Feldman, K.A. (1988) “Effective College Teaching from the Students’ and Facultys’ View: matched or mismatched priorities?” Research in Higher Education . 28 (4). 291-344.

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