Desafios da Gestão Escolar

Independentemente de ser atual, um dos maiores desafios que os gestores enfrentam é o de manter os professores motivados com a docência. Além de manter a integração com a família para a orientação das crianças, num momento que a droga está quase fazendo parte da rotina escolar.

Outro grande desafio é saber administrar os diversos saberes e fazeres para que todos possam trabalhar juntos na construção de uma educação de boa qualidade. É muito comum ouvir alguns educadores dizerem que seu trabalho é mais importante ou mais complexo do que o de outros profissionais, porque eles lidam com pessoas. Na escola os gestores destacam essa sua responsabilidade á medida que administram processos com intuito de desenvolver as múltiplas e diferentes personalidades.

Administrar uma escola a fim de garantir uma educação de qualidade é fazer com que a gestão seja democrática é o papel fundamental do gestor escolar. É o que nos diz os artigos 14 da LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e 22 do Plano Nacional da educação – PNE, que ressaltam a importância da participação na elaboração do projeto pedagógico democrático da escola. Parece simples, mas para desempenhar esse papel, o gestor escolar enfrenta desafios que vão muito além de cumprir e fazer cumprir as leis e regulamentos, fazer com que as crianças compareçam a escola e tenham um aprendizado significativo, estimular constantemente os professores, criar ações democráticas para a participação dos pais na escola.

Os desafios são constantes, muitas dificuldades existem no dia a dia de um gestor escolar, as quais podemos citar: melhoria na infraestrutura da escola para um bom funcionamento; profissionais satisfeitos com a valorização e trabalhando com entusiasmo porque tem um  salário justo, que não precisem de fazer jornada dupla para se sustentar; a mais importante os alunos com boa vontade em aprender e disciplinados, para que isso seja real muita coisa ainda por fazer. Além das dificuldades internas e externas, temos as gerais que são: a pouca vontade política em manter a valorização dos profissionais da educação; resistências a socialização de poder e visão patrimonial; cultura democrática ainda pouco consolidada nos diversos segmentos da sociedade; dificuldades em entender a importância do controle social.

Cabe ao gestor da escola saber direcionar e definir as prioridades e mostrar ao grupo que o cerca as melhores soluções a serem tomadas, ensinando a todos que nem sempre o que parece melhor é o que realmente é necessário para a instituição no momento solicitado. Cabe a ele também saber lidar com a grande diversidade de pensamento dos que a ele irá recorrer em momentos diferentes com problemas e apontamento de soluções diferentes, tornando assim a decisão final uma ação democrática e que beneficiará a todos e ou a grande maioria. Para que esta autonomia decorra de forma eficiente não se pode deixar de pautar a responsabilidade que está decorrente da mesma.

“A autonomia da gestão escolar evidencia-se como uma necessidade quando a sociedade pressiona a instituição para que promovam mudanças urgentes e consistentes, em vista daqueles responsáveis pelas ações, devem do ponto de vista operacional, tomar decisões rápidas para que as mudanças ocorram no momento certo e de forma efetiva, a fim de não se perder o momento de transformação. Também para que se sintam comprometidos com a manutenção dos avanços promovidos por essas mudanças. Mas acima de tudo, adotando-se uma perspectiva política e formadora, para que se desenvolva o sentido da cidadania e de responsabilidade social de todos, pelos destinos das organizações em que atuam e das quais são usuários.” (LUCK, 2010, p.62).

“Não existe autonomia quando não existe a capacidade de assumir responsabilidade, isto é, de responder por suas ações, de prestar contas de seus atos, de realizar seus compromissos e estar comprometido com eles, enfrentando reverses dificuldades e desafios. ” (LUCK, 2010, p. 98).

É um grande desafio para o gestor escolar atuar como líder e desenvolver formas de organização inovadoras, empreendedoras e participativas, mas isto é indispensável. Algumas das importantes e atuais funções do gestor escolar são prever e se antecipar às mudanças, assim, o gestor deve saber ir além e intuir as mudanças, aprender a pesquisar, avaliar e enfrentar os novos desafios. Sendo assim, o gestor para liderar as mudanças e implantá-las deve ter a consciência da existência de riscos para que assim possa evitar possíveis erros, por meio de um planejamento bem elaborado e participativo. No entanto, os erros e acertos do passado podem ser fundamentais para direcionar as decisões futuras.

Referências:

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96 – Brasília: MEC/SEF, 1996.

BRASIL.  Ministério da Educação e do Desporto.  Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: SEF/MEC, 1998. V.1. Fonte: Anexo I da Resolução CD/FNDE nº 10, de 18 de abril de 2013.

LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 2005.

LÜCK, Heloísa. A Evolução da Gestão Educacional a partir de Mudança Paradigmática 2009ª.


Autores: Professora. Esp. Maria José Dos Santos Ceretta. Professor. Anderson de Jesus.

Artigo originalmente publicado na Revista Gestão Universitária:  www.gestaouniversitaria.com.br

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