Celular na escola
Hoje, a chamada “Geração Z” tem como maior característica o fato de estar online o tempo todo. Essa turma nasceu em uma realidade globalizada e convive com informações em escala mundial desde o berço. Pensando nessa mudança o compromisso com as questões educacionais tem sido ampliado, através das várias formas de organização, incluindo aquelas que fazem uso da tecnologia para superar os limites de espaço e tempo, de modo a propiciar que pessoas de diferentes idades, classes sociais e regiões tenham acesso à informação e possam vivenciar plenamente as diversas representações do conhecimento.
Esta amplitude de possibilidades – quando pautada em princípios que privilegiam a construção do conhecimento – requer dos profissionais novas competências e atitudes para desenvolver projetos educacionais que criem e recriem estratégias e situações de aprendizagem que possam tornar-se significativas para o aluno, sem perder de vista o foco da intencionalidade da educação.
O telefone celular pode ser utilizado como mais um recurso didático e assim atrair as crianças e jovens dando um “upgrade” nas aulas. Com a adequação da prática pedagógica, definindo claramente os objetivos, é possível garantir ao educando a possibilidade de produzir conhecimento, agir e pensar criativamente, desenvolvendo senso crítico e iniciativa própria. Além de tornar o planejamento mais interessante e dinâmico, o professor assume um papel de mediador do conhecimento e, em muitos momentos, precisa problematizar as informações para que as crianças reflitam.
Lembrando o grande mestre Paulo Freire:
“Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.
A separação do mundo “virtual” com o mundo “real”. Quando existe a proibição do uso do aparelho celular sem diálogo e/ou as aulas são desenvolvidas de forma distante da realidade, dos interesses e necessidades dos alunos se abre uma barreira entre educadores e educandos, gerando desmotivação e indisciplina.
A ‘geração Z’ também chamada ‘nativos digitais’, já nascem tendo à mão smartphones, tablets e pacotes de dados e 3G pagos pelos pais. Os alunos atuais anseiam pelo aprendizado que desafie seu conhecimento através de softwares e também pela web. A internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos.
Devido à onipresença da tecnologia na vida cotidiana, é inviável tentar proibir algo que é tão comum à rotina. A tecnologia faz parte da vida atual e já não sabemos viver sem ela. Temos a responsabilidade de educar no sentido pleno da palavra, ou seja, transformar o aluno em cidadão ativo, participativo na sociedade. Como fazer isso ao limitar e restringir?
A partir do momento em que o celular se torna mais um recurso já afasta aquela sensação de estar off-line e torna-o significativo também no contexto educacional, ficando mais fácil dialogar e estipular regras de utilização nos momentos corretos e propícios.
Como o professor pode utilizar o aparelho em sala de aula?
Como mais um recurso didático, desenvolvendo projetos e/ou atividades interdisciplinares utilizando o aparelho e usufruindo de todas as possibilidades que ele oferece. Calculadora, dicionário, gravador, tradutor, calendário, cronômetro, escâner – temos tudo isso no smartphone.
O uso da tecnologia no contexto escolar requer a formação, o envolvimento e o compromisso de todos os protagonistas do processo educacional (professores, diretores, supervisores, coordenadores pedagógicos), no sentido de repensar o processo de ensino e aprendizagem na e para a sociedade.
Estes protagonistas têm papéis distintos e, portanto, o uso da tecnologia deve atender às suas especificidades, de tal forma que, no âmbito global, suas ações sejam articuladas com vistas a favorecer o desenvolvimento do aluno como cidadão participativo e crítico para lidar com as inovações tecnológicas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES E APPS
O celular permite o acesso a materiais interativos na sala de aula. Dentre os quais, podemos destacar:
- vídeos no YouTube;
- músicas temáticas;
- simulados
Além disso, o aparelho também permite que os alunos:
- acessem a tabela periódica;
- acompanhem a leitura de contos, livros e poemas nas aulas de literatura;
- vejam pinturas que ilustram os movimentos artísticos abordados na disciplina de artes;
- façam pesquisas rapidamente sobre qualquer assunto.
Aplicativos como o Google Maps podem tornar mais concreta a visualização de fronteiras, territórios e espaços para os estudantes, especialmente nas aulas de História e Geografia. Outro potencial educativo dessas ferramentas é a criação de mapas colaborativos sobre diferentes temas e sob a perspectiva estudantil.
Com aplicativos como o Google Formulários, os professores podem criar testes rápidos de múltipla escolha para toda a turma. A vantagem é poder ver o resultado instantaneamente, com as estatísticas de quantos alunos escolheram cada resposta e abrir a possibilidade de debate logo em seguida.
Ainda é possível:
- Criar grupos de discussão
- Criar banco de imagens
- Utilizar exemplos visíveis e interativos, democratizando o conhecimento e otimizando o tempo.
- Estimular a elaboração de páginas sobre temas relevantes, como: Bullying; Preservação ambiental, entre tantos outros.
- Propor o desenvolvimento de aplicativos.
As propostas de atividades são inúmeras… Você sabia que é possível usar o celular:
- Como biblioteca de fórmulas: O smartphone nos permite armazenar fórmulas matemáticas e tê-las sempre à mão. Existem apps específicos que contêm centenas de fórmulas matemáticas armazenadas.
- Para controlar o ruído na sala de aula: Seu telefone celular pode dizer quando o nível de ruído ultrapassa os limites estabelecidos. App recomendado: Too noisy.
- Para falar com pais/alunos: Remind é um aplicativo projetado para enviar notificações aos pais e/ou alunos, sem a necessidade de se conhecer seus números de telefone ou divulgar o nosso.
- Para acompanhar a frequência: Existem inúmeros apps que podem nos ajudar a manter o controle de frequência dos alunos.
- Para compartilhar materiais: No lugar de distribuir folhas xerocadas, com o celular é possível compartilhar materiais de estudo facilmente com toda a turma. O app gratuito de ExamTime ajuda nesta tarefa.
- Para medir a produtividade: Existem apps tais como Time Recording Pro, que mede o tempo dedicado a uma tarefa específica, sendo muito útil (para professores e alunos), quando temos um projeto específico para realizar em várias fases.
Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)
Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora dos livros “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar” e “Pedagogia de Projetos – Ano letivo sem mesmice”, ambos publicados pela editora WAK; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.
Idealizadora e diretora dos sites: www.projetospedagogicosdinamicos.com e www.cursosppd.com.br
Contatos: www.patyfonte.com.br | www.facebook.com/pedagogiadeprojetos/