Ambiente alfabetizador e atividades encantadoras

Muitas vezes a criança chega na escola com conhecimentos restritos a respeito da língua escrita. Geralmente isto acontece quando há pouco contato ou mesmo ausência de materiais de leitura e escrita em seu ambiente familiar. Sendo assim, é necessário suprir tal carência atendendo adequadamente esta criança fazendo da sala de aula um ambiente alfabetizador.

O ambiente alfabetizador é caracterizado por ser um espaço bastante rico de coisas escritas e de atos de leitura e escrita – com muitas atividades prazerosas, interessantes e significativas. Não se trata apenas de decoração, mas de materiais que estejam ao alcance do aluno, que sejam manipuláveis, palpáveis, para que a criança possa se sentir parte do processo de alfabetização e assim trilhar com autonomia seu caminho. O alfabeto (de plástico, madeira, papelão, diferentes tamanhos, cores e formas), muitos livros de histórias, revistas, jornais, embalagens, rótulos, jogos com letras, entre outros, constituem o conjunto de materiais que devem estar à disposição dos alunos, objetivando proporcionar a interação dos mesmos com o mundo das letras, construindo de forma viva o processo do que é ler e escrever.

Ao ambiente alfabetizador não pode ser estático deve ser enriquecido sempre com as produções escritas do grupo, realizadas tanto em nível individual como coletivo.

A organização em pequenos grupos favorece as vivências com os materiais didáticos e é uma forma de operacionalizar a interação entre os alunos e propiciar a socialização do saber. Compreendendo que o processo de construção de conhecimento não é resultado da simples transmissão de informações, mas sim da resolução de problemas, quanto mais hipóteses formuladas para encaminhar sua solução, maior é a garantia de encontrá-la. Isto é possível na medida que as crianças, em grupo, possam confrontar suas hipóteses, trocar informações, pensar sobre o que querem escrever, verificar os resultados com os amigos.

No processo ensino-aprendizagem alfabetizador é fundamental a presença do adulto informante, o professor que responderá as perguntas, estimulará curiosidades, apresentará desafios, facilitando assim o processo.

As situações de aprendizagem presente no ambiente alfabetizador consistem em atividades significativas envolvendo letras, palavras e textos como:

  • Vivências com a escrita de palavras significativas, a partir do próprio nome das crianças;
  • Experimentação livre da escrita e da leitura em que a criança escreva ou leia, da sua própria maneira, como ela acha que é;
  • Leituras diárias pelo professor, não só de histórias infantis, mas de diversos materiais escritos como receitas, cartas, jornais, revistas, propagandas, bilhetes, poesias, quadrinhas, letras de música, etc.;
  • Produções escritas das crianças em grupo ou individual a partir de gravuras, de histórias lidas, de relatos de passeios, de seus próprios desenhos proporcionadas por dinâmicas e vivências e etc.;
  • Construção de livros de histórias, de álbum da turma, de dicionário, de jornal, etc.;
  • Contato com os jogos onde a criança pense sobre suas hipóteses: dominós, bingos, memórias, palavras cruzadas, quebra cabeças, entre outros.

Navegando pelas redes sociais encontrei atividades encantadoras compartilhadas por profissionais que buscam sempre enriquecer o ambiente alfabetizador. Dentre elas destaco três as quais adaptei, testei e aprovei:

Liberte um poema – consiste em uma gaiola recheada de poemas, poesias, quadrinhas, escritas em papeis coloridos que são sorteados, lidos e debatidos com o grupo.

Chuva de curiosidade – um guarda chuva decorado com bilhetes criativos, repletos de curiosidades e informações relacionadas a temas de interesse da turma.

Varal do Eu quero – a ideia não é só pendurar propagandas e encartes dos produtos que querem, mas receitas das comidas preferidas ou daquela que quer provar, convites de aniversários e festas que desejam participar, bilhetes e pequenas cartas de desejos, boas notícias, cartões postais, etc. Para ser significativo a cada item adicionado no mural é importante conversar com o grupo, trocar experiências e interpretar, justificando o motivo de ter pendurado.

Podemos concluir que as salas de aula das turmas de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental sendo transformadas em ambientes alfabetizadores oportunizam ao aluno o avanço no processo de alfabetização e letramento. A partir daí a própria criança constrói sistemas interpretativos, raciocina, pensa e inventa buscando compreender um mundo particularmente complexo da leitura e da escrita.

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Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)

Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora dos livros “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar” ; “Pedagogia de Projetos: ano letivo sem mesmice” e “Competências Socioemocionais na Escola” todos publicados pela WAK Editora. Autora e tutora de cursos presenciais e on-line de formação continuada a docentes, coach, palestrante e conferencista.

Idealizadora e diretora do site www.ppd.net.br    Instagram: @patyfonte_ppd

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