Dia do Indígena – Brincando com corpo, explorando movimentos

É essencial que a educação infantil seja plena de brincadeiras que gratificam os sentidos. Levam ao domínio de habilidades, despertam a imaginação, estimulam a cooperação e a compreensão sobre regras e limites, e respeite, explore e amplie os inúmeros saberes que toda criança possui quando chega à escola.

O brincar é mais do que uma distração é uma linguagem na qual a criança revela uma forma de pensamento. Através da brincadeira a criança situa-se no espaço em que vive, constrói a ideia de si e do outro, experimenta, fala, age, interpreta interage, enfim desenvolve habilidades essenciais para uma melhor compressão do mundo.

DICAS DE BRINCADEIRAS
Curumim vai pra oca!

Material necessário: Bambolês

Como brincar:

– Distribuir os bambolês aleatoriamente pelo chão. Iniciar com a mesma quantidade de crianças participantes.

– Estimular para que as crianças caminhem entre os bambolês.

– O(a) professor(a) dinamizador(a) pode alterar os movimentos a fim de enriquecer a atividade. Exemplo: “Todos os curumins nadando” – os alunos devem se locomover como se estivessem nadando ou “Todos parados ao lado da oca pescando” – os alunos devem se posicionar ao lado de um bambolê e imitar movimentos de pesca.

– Ao sinal do(a) professor(a) “Curumim vai pra Oca!” Todos devem entrar no bambolê.

– Cabe a cada professor(a) aumentar ou diminuir os movimentos de acordo com os interesses e faixa-etária dos alunos.

– Pode-se variar a atividade contando uma história e propor que as crianças ouçam e se movimentem dramatizando.

Esta brincadeira desenvolve habilidade motora, rapidez, atenção e concentração.

Pescaria

Materiais necessários: Piscina inflável ou bacias grandes, varas de pescar, barbante, peixes de plástico, fita adesiva e etiqueta.

Como brincar:

Converse com as crianças sobre a importância da natureza para os indígenas e que é delas que retiram seus alimentos, cite a caça e a pesca. Em seguida, proponha uma pescaria com a turma. Nomeie os peixinhos de plásticos com etiquetas, tipo: pirarucu, dourado, namorado,etc. Com varinhas de bambu ou de qualquer outro vegetal, procure colocar os recipientes com água num lugar onde a escola tenha um canto verde, tipo com arvores e gramados e realize a brincadeira animadamente.

Esta brincadeira desenvolve muito a coordenação motora dos pequenos.

Jogando petecas

O nome “peteca” – de origem Tupi e que significa “tapear”, “golpear com as mãos” – é hoje o mais popular entre todos os nomes desse brinquedo tão conhecido no Brasil. Ainda hoje muitas pessoas aguardam o tempo das colheitas para elaborar seus brinquedos. Com as palhas do milho trançam diferentes amarras e laços e criam petecas de vários formatos.

Que tal desafiar alunos e seus pais e/ou responsáveis a confeccionarem petecas?

A brincadeira tradicional vai unir as famílias ao projeto escolar e, certamente, renderá momentos de descontração e aprendizado.

É importante não se pautar apenas na data comemorativa, mas mostrar às crianças que os indígenas são pessoas normais, com problemas, dificuldades e criatividade, porém, também cheios de vida, imaginação, crenças e respeito pelo meio ambiente.

TÍPICAS BRINCADEIRAS INDÍGENAS
Mangá, Tobdaé

Essa brincadeira é feita com peteca, mas o modo de brincar dos indígenas tem certa semelhança com a nossa “queimada”, sendo jogada com quatro ou seis petecas ao mesmo tempo e com dois jogadores por vez. Ao sinal do coordenador, os dois jogadores arremessam as petecas na direção do outro com a intenção de atingi-lo e, ao mesmo tempo, evitar ser atingido por ele. Quem foi atingido pelas petecas, sai do jogo, cedendo o lugar para outro participante. Ganha quem ficar mais tempo na brincadeira sem ser atingido.

Heiné Kuputisü

Nesta brincadeira, as crianças formam uma fila na horizontal. Marca-se uma linha no chão, que será o ponto de largada e uma, a uns 100 metros de distância, à frente, que será o ponto de chegada. Cada uma terá de correr da linha de partida à de chegada, num pé só, feito saci, sem trocar de pé. Os que conseguirem ultrapassar a linha de chegada serão considerados vencedores. Se ninguém conseguir chegar lá, vence quem foi mais longe.

Há também uma variação. Podem ser formados dois times e a corrida é feita em duplas, um de cada time. No final, vence o grupo que teve mais participantes a ultrapassarem a linha de chegada.

Para os Kalapalo, esta brincadeira é compartilhada entre crianças e adultos, no centro da aldeia.

Referências:
  • LIMA, Maurício e BARRETO, Antonio. O Jogo da Onça e Outras Brincadeiras Indígenas. São Paulo: Panda Books/ Editora Original, 2005.
  • MUNDURUKU, Daniel. Coisas de Índio – versão infantil. São Paulo: Callis Editora, 2003.

Paty Fonte (Patricia Lopes da Fonte)

Educadora especialista em pedagogia de projetos, escritora, autora de vários livros, dentre eles: “Projetos Pedagógicos Dinâmicos: a paixão de educar e o desafio de inovar” e “Pedagogia de Projetos – Ano letivo sem mesmice”, ambos publicados pela WAK Editora; autora e tutora de cursos presenciais e on-line de educação continuada a docentes, coach, palestrante.

Idealizadora e diretora do site: ppd.net.br

Instagram: @patyfonte_ppd

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *