11 Dicas para um planejamento assertivo

Um novo ano levivo se aproxima e professores, diretores, coordenadores precisam traçar, minuciosamente, as metas para a escola, assim como a melhor maneira de alcançá-las.

Organizar as atividades e os conteúdos que serão trabalhados na escola e nas turmas especificamente, nem sempre é uma tarefa fácil. O planejamento deve esboçar as intenções da instituição e ser conectado ao seu Projeto Político Pedagógico (PPP). No documento, é fundamental explicitar os objetivos, aos quais se espera atingir ao final do ano.

Precisamos planejar, mas não aquele planejamento burocrático, tampouco o planejamento de “vitrine”, mas algo que verdadeiramente aprimore nossas práticas pedagógicas, um plano reflexivo e intencional.

Um bom planejamento é pautado nas necessidades e na realidade da instituição. É pensado de forma a antecipar possíveis obstáculos e antever ações. É focado no desenvolvimento educacional dos alunos, por isso quando existe um registro de observações detalhado, fotos e vídeos que documentam o semestre anterior, tudo se torna mais simples.

Então, quais as dicas para um planejamento pedagógico assertivo?

1- Relembre o ano/semestre anterior. Faça uma análise das ações positivas, dos maiores obstáculos e dificuldades, das realizações e de tudo que ficou apenas no campo das ideias ou no papel, porém não se concretizou.

2- Crie um mapa mental global, listando projetos, festividades, reuniões, atividades que serão comum em toda a escola e outros mapas específicos por turma.

3- A coordenação deve se reunir com os professores individualmente na proposta de juntos listarem as necessidades da(s) turma(s).

4- Os professores podem estruturar o mapa mental de cada aluno, listando as principais características apresentadas no semestre anterior e quais necessidades apresentam.

5- Com os mapas prontos, verifique se estão de acordo com o PPP, se comungam com os ideiais da instituição, se contemplam a comunidade na qual a escola está inserida.

6- Busque recursos variados, que contemplem as múltiplas inteligências, tanto em âmbito global, como, principalmente, para melhor desenvolvimento das aulas.

7- A proposta não é apenas distribuir os conteúdos pela grade de horários e elaborar um calendário escolar, mas planejar de forma a enxergar o que se tem feito em prol do desenvolvimento (micro e macro, ou seja, no todo e nas partes). É compreender se estamos cumprindo a missão diante dos projetos desenvolvidos, compreender as reais dificuldades e obstáculos, buscando os melhores caminhos para enfrentá-los.

8- Em todo o processo precisamos procurar vislumbrar a aprendizagem humanizada e não mecânica. É de suma importância um equilíbrio entre o cognitivo e o socioemocional de cada membro da comunidade escolar.

9- Lembremos que todo planejamento deve descrever de forma clara e objetiva quais são os propósitos da escola para a formação integral de seus alunos.

10- Alinhar os planejamentos com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não é uma escolha, é uma obrigação.

11- É preciso se permitir ousar, sair do óbvio, não cair na mesmice, sem medo de errar, gerar confusão ou desconforto. Se der errado, apenas refaça o trajeto, pois é necessário avançar, mudar, surpreender, inquietar, criar no ato de educar.

 

Para que consigamos colocar as dicas em prática, temos que olhar para o planejamento como um aliado e junto a ele manter um caderno de registro. Tal caderno será muito útil aos profissionais observadores e atentos, que escutam ativa e afetivamente todos ao seu redor.

Além dos registros por escrito, há necessidade de documentarmos o cotidiano, com fotos e pequenos vídeos, não aquelas fotos posadas, mas imagens que demonstrem os diferentes fazeres docentes e discentes.

Com tudo documentado e registrado será uma tarefa bem mais transquila estruturar os próximos mapas, planos e relatórios, já que é humanamente impossível lembrarmos de tantos detalhes, porém, às vezes são exatamente os detalhes que diferenciam o êxito do fracasso em uma ação.

A ação pedagógica deve sempre ser planejada, refletida, intencional, jamais improvisada. Portanto, é fundamental momentos de planejamentos participativos, assim como autonomia para planejar só.

Os gestores que conseguem mobilizar suas equipes, propiciando um pensar coletivo, uma real troca de experiências, gera compromisso e responsabilidade. Isso requer reuniões periódicas para elaboração, acompanhamento, avaliação e reelaboração. Além de encontros de formação continuada, estudos e motivação.

É indispensável também conciliar os interesses das famílias e comunidades, assim, de fato, o planejamento será um instrumento que aprimora e amplifica ações positivas.

Por último, mas não menos importante, devemos ficar alertas para a forma de propor tudo isso à equipe. O ideal é que se torne algo natural e não um fardo, que popicie pesquisas e inspirações, mas jamais cópias.

O planejamento é flexível, vamos delinear, traçar, mapear, programar, criar, elaborar roteiros que não são estáticos, não são receitas, ao contrário, devem ser propícios ao repensar e refletir constantes, sempre buscando novos significados para a prática pedagógica.

 

 

Paty Fonte – Consultora Pedagógica, especialista em Pedagogia de Projetos, escritora e palestrante. Dentre os livros lançados: “Pedagogia de Projetos: ano letivo sem mesmice” e “Competências Socioemocionais na escola” –  ambos publicados pela WAK Editora. Idealizadora do site ppd.net.br

Instagram: @patyfonte_ppd 

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