Mudança de olhar para a Educação Infantil
Quando imaginamos uma sala de aula de Educação Infantil, logo pensamos em uma sala de aula ampla, colorida, com móveis adaptados ao tamanho das crianças, cartazes ilustrativos nas paredes, jogos, brinquedos, músicas e materiais lúdicos adaptados a cada faixa etária.
Mas, nos últimos dias, fomos surpreendidos com uma nova realidade. A Organização Mundial da Saúde declarou estado de pandemia por causa da disseminação do Covid-19 (Coronavírus). Assim, tivemos que nos recolher e cá estamos, aguardando, em nossas casas, por tempo indeterminado.
E a escola?
Bem… A escola continua se reinventando, se transformando, se redescobrindo, se adaptando às demandas produzidas pela atual conjuntura. Tivemos que migrar de ambiente, levar a escola e nossa prática, até os alunos, por meio das novas tecnologias da informação, para o mundo virtual.
Agora, quando imaginamos uma sala de aula de Educação Infantil, pensaremos em um cantinho da casa dos nossos alunos, com a presença das famílias, com materiais limitados, com outra rotina e uma realidade bem diferente da qual estávamos familiarizados.
Temos que reorganizar o nosso cantinho também. Preparar o ambiente onde a aula acontecerá com recursos lúdicos que fazem parte do universo infantil. Escolher um ambiente confortável, iluminado e principalmente: Comunicar aos nossos familiares que estamos trabalhando!
Parece simples?! Mas não é…
Não é só mudar da sala de aula para o sofá de casa. Não é fazer a mesma coisa que você fazia em sala na frente da tela…
Sabemos que a educação infantil tem como principal objetivo o desenvolvimento integral das crianças, ou seja, não devemos focar apenas no desenvolvimento cognitivo, não podemos esquecer que o desenvolvimento físico, social e emocional, também estão em jogo, pois nossos alunos têm no máximo seis anos de idade.
Dessa forma, o planejamento deve ser o mais integrado possível. Conversar com os professores especialistas (música, artes, teatro, educação física…) é primordial para que todas as áreas do conhecimento sejam abordadas. Pensar na interação das disciplinas, levando em consideração os campos de experiências. Sem esquecer das intencionalidades pedagógicas de cada atividade.
Trazer tudo isso para algumas horas na frente do computador é bem complexo. Na verdade, nem sei se é possível fazer isso sozinha. Por isso, mais do que nunca, a parceria escola x família deve ser bem mais forte, bem mais intensa, bem mais integrada. Compartilhar desse momento com a família é fundamental para que o aluno tenha o acolhimento de ambos os lados (real x virtual).
Cíntia Borher
Professora de Educação Infantil