Epidemia da “droga da obediência”
Um diagnóstico publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirma o que profissionais de saúde já suspeitavam: há no Brasil uma epidemia do uso da chamada “droga da obediência”.
Belo Horizonte é a segunda capital onde os medicamentos para tratar transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) são mais consumidos. Os dados da Anvisa indicam que, em BH, foram vendidos em 2011 170,38 caixas de Ritalina e Concerta para cada grupo de mil crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, perdendo apenas para Porto Alegre. Entre 2009 e 2011, o aumento na venda dos remédios foi de 186,38% em BH. Minas Gerais ocupa o quarto lugar no ranking dos estados onde há maior prescrição das drogas. No Brasil, a alta foi de 75%.
“Não é a toa que TDA/H vem ganhando lugar na mídia, nos consultórios médicos, psicológicos e psicopedagógicos, na educação e na tendência da moda educacional e contemporânea: para tudo tem um nome, uma resposta, uma certeza. Preencher é o lema!” Esta é a ideia do livro CABEÇA NAS NUVENS – orientando pais e professores a lidar com o TDAH – escrito pela psicopedagoga Jane Patrícia Haddad lançado pela WAK Editora.
Segundo a autora o momento educacional contemporâneo nos convoca ao esvaziamento, deixar tantas certezas e começar a nos interrogar: Por que crianças e jovens andam “hiperativos” e desatentos?
Jane Patricia enfatiza que o livro não é fruto de pesquisa acadêmica (ainda) e, sim, de uma experiência de um “sujeito aluna-filha-mãe-educadora” que vem sustentando seu desejo em falar da educação de um outro lugar, um lugar de possibilidade, de alguém que se implica no processo de educar, que escuta, que observa e, principalmente, de alguém incompleto, que se mantém em movimento, apesar de suas dificuldades. O livro é a possibilidade de um (re)encontro com nossa (des)atenção diária diante do aumento aceito considerável de crianças e jovens “diagnosticadas” e nomeadas muitas vezes por pais e professores como “portadores” de TDAH.
Quais os sintomas?
O TDAH é um dos transtornos neurológicos do comportamento mais comuns na infância. A estimativa é de que afete entre 8% e 12% das crianças no mundo. A doença tem sintomas que podem confundir os pais, como dificuldade para prestar atenção, fácil distração nas tarefas ou durante as brincadeiras, inquietação, dificuldade para esperar a própria vez e interrupção da conversa dos outros. Alguns são peculiares, como passar muito tempo sonhando acordadas, se esquecer das coisas, falar excessivamente, serem incapazes de brincar caladas e parecerem não ouvir quando se fala diretamente com elas. O alerta da psicopedagoga Jane Patrícia é de que os pais, identificando os indícios, peçam indicação de especialistas para amigos, busquem informações, encaminhem o filho a uma equipe multidisciplinar e participem do tratamento.
Os medicamentos prescritos para TDAH são de tarja preta, portanto, devem ser vendidos sob controle especial. Segundo a Anvisa, as receitas têm três vias, sendo que duas são retidas pela farmácia. Os dados são registrados no sistema do órgão para que se possa fazer o diagnóstico do comportamento do mercado brasileiro de remédios controlados.
Jane Patricia Haddad é pedagoga, com especialização em Psicopedagogia, Docência do Ensino Superior e Psicanálise. Atuou por mais de 20 anos em escolas como professora, coordenadora pedagógica e diretora, é consultora institucional e conferencista. Autora dos livros: “Educação e Psicanálise: Vazio existencial” e “O Que Quer a Escola: Novos Olhares resultam em Outras Práticas”, ambos publicados pela editora Wak, do Rio de Janeiro. Atualmente cursa o Mestrado em Educação na Universidade Tuiuti no Paraná, onde seu tema de pesquisa é a Indisciplina Escolar.
Site: http://www.janehaddad.com.br E-mail: janepati@terra.com.br
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