Álbum dos sentimentos
A proposta pedagógica que promove a alfabetização, por meio da escrita e leitura dos sentimentos, também desenvolve conceitos matemáticos, pois leva o pequeno aluno a identificar a sequência numérica, a contar suas figurinhas e organizá-las corretamente.
Paty Fonte
Objetivos:
· Propiciar a criançada a compreensão e a expressão dos próprios sentimentos, além do entendimento sobre as semelhanças e diferenças entre as emoções;
· Desenvolver a imaginação e a criatividade;
· Facilitar a identificação da sequência numérica, da contagem das figurinhas e da organização correta delas.
Faixa etária:
A partir de 4 anos
A atividade desenvolvida no Colégio Sagrado Coração de Maria, que fica na cidade do Rio de Janeiro, foi idealizada pela professora Andrea Miranda com o objetivo de envolver a turminha do Pré-II, composta por crianças de 5 anos, na criação de um álbum de figurinhas que, por sua vez, foi planejado como estratégia para trabalhar as habilidades socioemocionais de forma interativa e em consonância com as habilidades linguísticas, matemáticas e sociais da mesma faixa etária. Segundo Miranda, acolher as emoções que as crianças trazem e possibilitar táticas para que nomeiem e falem o que sentem é de suma importância, já que só assim aprenderão a identificar e reconhecer seus sentimentos, enquanto também poderão se desenvolver emocionalmente.
Nesse contexto, o álbum foi o cenário de interesse e a confecção das figurinhas a chave para que todos os pequenos pudessem se expressar. Embora cada um deles tenha confeccionado seus próprios cromos, relativos a todas as emoções sentidas e conhecidas, foram escolhidos apenas três de cada criança para compor o álbum. Em seguida, as figurinhas elegidas foram xerocopiadas e plastificadas. Cada criança recebeu uma cópia do álbum, além de envelopes com os cromos. No entanto, a ideia não era somente colar as figurinhas no álbum, mas também vivenciar a experiência de trocá-las, por isso, nos envelopes havia algumas repetidas. A partir daí, enquanto os pequenos trocavam os cromos repetidos para completar o álbum, a atividade interpessoal foi favorecida e eles ainda aprenderam tanto a lidar com os sentimentos quanto valorizar o coletivo. Durante esse processo, os pais também foram convidados a brincar junto aos filhos. Ao colar as figurinhas, por exemplos, eles puderam acessar e reconhecer as emoções relatadas tanto por seus filhos quanto pelas outras crianças.
Você sabia?
Apesar de serem usadas como sinônimos, as palavras emoção e sentimento têm significados distintos, embora relacionados intimamente. Como? Note que é a emoção que cria um sentimento que, por sua vez, pode gerar novas emoções e outros sentimentos, de acordo com um ciclo psicológico em constante desenvolvimento.
Sentimentos básicos na primeira infância
Toda criança sente alegria, tristeza, ira, medo e repulsa, sentimentos que se fazem presentes ao longo da vida de todos nós. Embora a alegria seja a emoção mais desejada, nem sempre ela pode ser vivenciada, em virtude da realidade que nos rodeia e da importância das demais. Porém, todas as emoções precisam ser compreendidas pelos pequenos e, em consequência, cabe ao adulto questionar tais sentimentos, para levá-los a entender o que estão sentindo, que aquilo vai passar e que todas as emoções, inclusive as tidas como ruins, são necessárias para o crescimento individual.
Alegria: é tida como o motor que move a vida de todos nós. Mas tanto as crianças quanto os adultos devem entender que alegria necessita de pequenos momentos de tristeza, ira, medo, nojo e até de repulsa para ser valorizada e sentida de forma concreta.
Tristeza: sem ela não poderia existir a alegria, pois ambas são complementares. Apesar disso, é a tristeza que faz a criança refletir e aprofundar seus sentimentos. No entanto, cabe ao adulto averiguar de onde vem à tristeza infantil, que pode ter causa simples ou ser bem mais complexa, a ponto de requerer ajuda psicológica.
Ira: ela é mais “perigosa” que a tristeza, pois impede o raciocínio infantil, o que leva a criança a explosão. Mas é normal que ela tenha ira quando, por exemplo, apanha de alguém ou se aproveitam dela. Portanto, a ira também é uma arma de defesa que ensina a criança saber do que não gosta ou do que tem raiva, momento em que é ativado um mecanismo que a faz pensar em como se defender diante de tudo que lhe provoca chateação. É por isso que, por vezes, a ira se transforma em tristeza, mas que, depois, cede lugar à alegria.
Medo: ele sempre se faz presente e, graças a isso, a criança não coloca sua vida em risco. Contudo, se por um lado, ela tem medo de cair ou de tropeçar, por outro, ela também tem medo de não ser capaz de fazer aquilo que se propõe. No entanto, tal emoção ainda faz com que ela lute para se superar diante de certos desafios e aprenda que ninguém é invencível. O medo infantil só é preocupante quando ele bloqueia a criança ou a conduz ao pânico.
Repulsa: ele ajuda a criança a escolher e aprender a dizer não, inclusive diante da rejeição relacionada tanto a determinadas coisas e pessoas quanto de certos aspectos da vida. Logo, se não existisse a repulsa, a criança seria apenas uma conformista que não poderia ter uma personalidade forte nem tomar decisões importantes na vida.
Para fazer o álbum, as figurinhas e os envelopes
Álbum: imprima um título e uma moldura a gosto, além da designação da sua turminha em uma folha de papel sulfite. Depois oriente e deixe a criançada personalizar o restante da capa, desenhando e colorindo algo relacionado à temática (coraçãozinho, beijinhos, lágrimas, amigos se abraçando etc.). Ao terminarem, recolha a capa. Reproduza o molde das páginas do álbum em folhas de papel sulfite, mas sem se esquecer de mudar a numeração das figurinhas. Por fim, grampeie a capa junto a quantidade de páginas desejadas.
Figurinhas: Reproduza o molde das figurinhas em papel sulfite, sem se esquecer de mudar a numeração delas. Depois deixe a criançada desenhar suas emoções e recortar. Ao finalizarem, junto a elas, eleja as favoritas para imprimir.
Envelope: Reproduza o molde em papel pardo. Deixe a criançada recortar colar. Recolha os envelopes já prontos e ensaque as figurinhas, colocando algumas repetidas.
Profª Andrea Miranda – bióloga e pedagoga, com especializações em: Supervisão Escolar, Desenvolvimento Infantil, Gestão de Pessoas e Projetos.